sábado, 24 de abril de 2010

PET


A sigla PET é uma sigla da língua inglesa que significa “positron emission tomography”, ou seja, tomografia por emissão de pósitron. O PET é um exame que consiste na leitura da captação da fluordeoxiglicose (FDG). Na teoria como o linfoma e outros tumores são sedentos à glicose, quando o FDG é injetado há forte captação dos sítios tumorais que estão em atividade e estes são captados por tomografia.


Assim, o PET diferente da tomografia convencional capta a viabilidade do linfoma e não suas alterações estruturais. Uma das grandes vantagens do PET comparado à tomografia convencional é diferenciar massas residuais que podem ser áreas mortas ou cicatriciais no local onde havia tumor.


Por exemplo, quando o paciente é tratado e no final do tratamento a tomografia demonstra resquícios da tumoração inicial surge a dúvida: será que a massa que restou é cicatricial ou ainda há doença?


O PET é um excelente método para responder esta pergunta. Neste caso o PET não captando a lesão encontrada na tomografia, provavelmente significa resposta completa, portanto compreendido que o resquício encontrado na tomografia é tecido morto ou cicatricial.

O PET ganhou sua importância no estadiamento do Linfoma difuso de Grandes Células B e na avaliação da resposta, isto se tornou tão importante que os critérios de avaliação de resposta dos Linfomas foram revisados em 2007 com a implementação na avaliação de resposta o uso do PET, principalmente no contexto de estudos clínicos.


Entretanto, como tudo na medicina, o PET tem suas peculiaridades que merecem ser consideradas. Existe grande variabilidade entre os leitores do PET, ou seja, entre os médicos especialistas que laudam o exame. A taxa de falso-positivo, devido às situações clínicas que também captam o FDG e que não são linfoma, não é desprezível. Assim, infecções, inflamações e aumento da produção celular do timo podem apresentar a leitura do PET positiva, cabe o médico clínico em discussão com o médico radiologista definir a interpretação do caso. Há ocasiões que a dúvida impera e às vezes é necessária a biópsia da lesão para descartar ou confirmar o Linfoma. Outro fator importante deve-se aos casos Linfomas indolentes (exemplo Linfoma Folicular), ainda não há evidência significativa da aplicação do PET.


Não há dúvida que este exame está se incorporando na prática clínica, entretanto é preciso estudar minuciosamente suas peculiaridades para não ocorrer interpretações equivocadas.



Dr. Marcelo Bellesso

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