terça-feira, 8 de outubro de 2013

Um livro sobre a colheita de um dia

Caros leitores;
Há tempo que não escrevo neste blog. Peço desculpas, mas estava focado em outros projetos. Recentemente lancei um livro em formato de ebook em que o tema abordado não é médico, mas sim cotidiano. É uma experiência de viver o dia com intensidade.  Deixo claro que não abordo no livro temas abordados neste blog.
Título: Um fim de semana italiano
Editora: Saraiva
Sinopse: Quem nunca teve um sonho? Imagine se este sonho é conhecer a terra onde sua mãe nasceu. Imagine que esta terra é uma pequena cidade italiana, onde moram os primos da sua mãe e que você tem a oportunidade de conhecê-los em apenas um fim de semana. Assim, no entardecer romano de uma sexta feira, parti de trem para esta aventura. Uma viagem de reencontros com os costumes de uma parte da minha história. Houve experiências intensas ao visitar a belíssima Castel di Sangro. Além da calorosa receptividade dos parentes, provei pratos da minha infância, pude desfrutar de uma inesperada queda de neve em pleno outono e nunca vivenciei a expressão Carpe Diem com tanta propriedade. Na manhã da segunda feira seguinte, voltei para casa diferente como toda viagem boa que se preze. Esta história é um convite a desfrutar um final de semana inesquecível escrita em forma de carta."
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/5103199?PAC_ID=124864

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Recomendações durante a quimioterapia - período de neutropenia (imunossupressão)

Foi publicado recentemente na Revista Internacional, Clinical Infectious Disease, o novo protocolo da Sociedade Americana de Infectologia em relação ao manejo do uso de antimicrobianos e recomendações para os pacientes com neutropenia febril – Referência Clinical Infectious Diseases 2011;52(4):e56–e93.



Primeiramente é preciso que entendam o significado de Neutropenia e Neutropenia Febril


O artigo refere às inúmeras sugestões relacionadas ao uso de antibióticos, antifúngicos, antivirais, recomendações e orientações ao paciente, durante o período de neutropenia. O importante para ser ressaltado neste blog são as recomendações ambientais e orientações aos pacientes com neutropenia.

1)Importância da lavagem das mãos. A lavagem das mãos é a maneira mais eficaz na prevenção de infecção hospitalar.


2) Em relação à dieta recomenda-se utilização de alimentos cozidos. Verduras e frutas bem limpas são aceitáveis.


3) Não é estimulado no ambiente hospitalar, flores ou plantas, vivas ou secas, pois já foram encontrados fungos nocivos a este perfil de pacientes.

4) Higienização. Para preservar a integridade da pele, realizar banhos diários, quantas vezes for necessário. Durante a higienização, lavar muito bem a região entre o órgão genital e ânus, conhecida como períneo. No homem esta região deve ser bem limpa após cada evacuação e micção. Nas mulheres, a forma correta de higienização, é fazê-la da frente para trás cada vez que utilizar o vaso sanitário.

5) Durante o período de menstruação: não é aconselhável a utilização de absorventes internos, pois podem ser abrasivos, isto é, podem machucar a mucosa genital. Aconselha-se, em caso de neutropenia, nesse período, o uso de absorventes externos.

6) Não é aconselhável, no período de neutropenia, lavagens intestinais, supositórios e uso de termômetro retal. Exceto com indicações médicas claras.

7) Higiene oral. Durante o período de neutropenia é fundamental manter boa higienização oral. Para aqueles com mucosite (http://hemo-blog.blogspot.com/2010/04/mucosite.html ) em curso é importante a utilização de enxaguatórios bucais de 4 a 6 vezes ao dia (pergunte ao seu médico, suas recomendações). Além disso, é importante a escovação dentária, duas ou mais vezes ao dia, com escovas de cerdas macias. A escovação e o uso de fios dentais devem ser feitos sem traumas, de forma leve e suave. (pergunte ao seu médico e dentista).

8) Visitas não são recomendadas no ambiente hospitalar ou no domicílio dos pacientes no período de neutropenia se apresentarem sintomas de infecção como gripe (febre, tosse, dor no corpo, coriza, espirros), catapora, diarréia, vômitos, lesões labiais, etc.

Pergunte sempre ao seu médico sobre as orientações. As informações orientam e previnem intercorrências no delicado manejo da quimioterapia.



sábado, 15 de janeiro de 2011

Cateter implantável

Há inúmeras situações em que o uso de cateteres implantáveis é a melhor forma de tratar um paciente que necessita de infusão quimioterápica na corrente sanguínea evitando múltiplas punções venosas e complicações referente à infusão. Um tipo de cateter implantável de longa permanência amplamente utilizado é chamado PORT-A-CATH.

O Port-a-cath compreende três estruturas



1- O portal: câmara selada por um septo de silicone

2- Conector: conecta o portal ao cateter

3- Cateter: tubo fino flexível por onde a medicação a ser infundida chegará ao vaso central.



A colocação do cateter é feita através de um pequeno procedimento cirúrgico, que se resume de maneira simplista em inserir o cateter em uma veia central e implantar o portal abaixo da pele.





A Figura acima mostra o port-a-cath implantado





A: cateter inserido na veia subclávia

B: conector

C: portal



O manejo deve ser obrigatoriamente feito por profissionais de saúde especializados. É inserida agulha especial conectada ao equipo com medicações ou seringas.



A medicação flui da agulha para o portal, conector, cateter atingindo o interior do vaso sanguíneo.



É importante sempre observar no local do portal sinais e sintomas como dor, vermelhidão, inchaço, saída de secreção, aumento da sensibilidade, não espere e entre em contato com seu médico o mais rápido possível.



Para manutenção adequada do cateter e para evitar coágulos, é importante haver um bloqueio com heparina realizado por enfermeiro especializado. Recomenda-se para pacientes que não estão utilizando o cateter fazer a avaliação e “limpeza” do cateter a cada 4 semanas.



Potenciais complicações



As principais complicações estão relacionadas à colocação do cateter e após a passagem com a manutenção do cateter.



Durante a colocação do cateter poder haver complicações cada vez mais raras como: sangramentos, hematomas e outras complicações mais graves e raras.



Após a colocação durante a permanência do cateter pode haver infecções relacionadas ao cateter, fragmentação entre outras complicações.



Portanto, é fundamental o paciente discutir com seu médico os riscos e benefícios da implantação ou não do cateter, como também saber como monitorizar possíveis complicações.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O que é mais importante?

Meus comentários publicados no Painel de Leitor dia 10/01/2011



sábado, 8 de janeiro de 2011

Atenção! Muita Atenção!!

Foi publicado na Folha de São Paulo, no dia 06 de Janeiro de 2011, um artigo com o seguinte título “GOVERNO REDUZ VALOR PARA TRATAR CÂNCER”.

O artigo refere às duas novas portarias publicada pelo Ministério da Saúde às vésperas do Natal sobre a redução 9 a 22% dos valores de tratamento de pacientes do SUS com Linfoma e Leucemia Mielóide Crônica.

Segundo o jornal o valor pago para a quimioterapia para Linfoma Difuso de Grandes Células B reduziu de R$ 6804 para R$ 6164. “Segundo médicos e hospitais a quantia agora só cobre um dos remédios usados no tratamento, o rituximab, droga de última geração...” Além disso, “o valor também não paga exames, remédio para não vomitar, soro...”, conforme relatou o Professor Carmino de Souza, no mesmo artigo.

Em relação ao outro lado, o Ministério diz que os acordos com os laboratórios, que fornecem as drogas, reduziram os preços do Imatinib para 51%(medicação para Leucemia Mielóide Crônica) e 40% para o rituximab e isto justifica a redução.

Enfim, é preciso estarmos atentos.

Prefiro que vocês leitores deste blog, expressem suas opiniões.

A evolução desse assunto definirá a realidade dos fatos, sigam os noticiários!
 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

R-CHOP para jovens... Seis anos de seguimento

No dia 06 de dezembro de 2010 foi exposto no Congresso Americano de Hematologia em Orlando os resultados do seguimento de seis anos do estudo alemão MInT.

Este estudo foi publicado pela primeira vez em 2006 (Pfreundschuh et al., Lancet Oncology 2006; 379-91). Foi demonstrado, na época, que 6 ciclos de Rituximab (anti-CD20) com quimioterapia semelhante ao CHOP apresentava melhores taxas de resposta e melhores curvas de sobrevida comparada ao tratamento com quimioterapia semelhante ao CHOP sem Rituximab. Este estudo apresenta diferenças ao compararmos com o estudo Francês - http://hemo-blog.blogspot.com/2010/10/r-chop-e-seus-10-anos.html , pois a população de pacientes estudada foi diferente, pois eram pacientes de bom prognóstico, ou seja, com melhor probabilidade de sucesso terapêutico e jovens (idade entre 18 a 60 anos).

Após o seguimento de 823 pacientes por seis anos, foi possível notar que seis ciclos Rituximab com quimioterapia semelhante ao CHOP com ou sem radioterapia continua sendo o melhor tratamento para o perfil de pacientes estudados e foi possível concluir que mais de 79,9% dos casos continuam vivos e sem progressão da doença.

Esta taxa animadora demonstra cada vez mais a melhoria do tratamento e que os resultados continuam bons e otimistas após os seis primeiros anos do estudo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia

O 52o. Encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia que termina hoje em Orlando nos EUA tem proporções mundiais, pois neste evento os maiores nomes da Hematologia mundial apresentam aulas educacionais, como também são expostos inúmeros novos trabalhos científicos sobre vários níveis de pesquisa incluindo estudos clinicos para tratamento de Leucemias, Linfomas e Mieloma Múltiplo.

Neste ano os pontos importantes discutidos no tratamento do Linfoma difuso de Grandes Celulas B foram a utilização ou não da radioterapia associada ao R-CHOP ou protocolo francês R-ACVBP que não utiliza radioterapia, nos pacientes de baixo risco. Foi exposto tambem um interessante estudo europeu sobre o tratamento de Linfoma do Manto; fatores de risco para infiltração no Sistema Nervoso Central e novas drogas para os Linfomas de Celulas T, ainda em fase de experimentação.

Discute-se cada vez mais a importância de fatores genéticos nas doencas e seus impactos nas respostas ao tratamento como tambem discussões polêmicas sobre estratégias de intervenções terapêuticas nas situações que atualmente observamos.

Enfim, este ano surgiram novos avanços, como em todos os anos. Agora é preciso que os estudos sejam discutidos a fundo e que sejam publicados para darmos mais um passo na melhoria do tratamento das doenças hematológicas.