Esta história real da vida começou no dia 22 de agosto de 2010 com a informação que os trinta e três mineiros da Mina San Jose foram localizados vivos, num bolsão de ar a 700m de profundidade, no deserto do Atacama.
Imaginemos as dificuldades destes homens que inicialmente não tinham comunicação com a superfície, depois com a euforia do dia 22 de agosto e a expectativa de um resgate extremamente perigoso e demorado.
Assistimos à formação do acampamento "Esperanza" e a exploração dos familiares com oportunismo político e da mídia em relação à fantástica história.
Na madrugada do dia 13 de outubro o Mundo assistiu atento o resgate cinematográfico. Foi literalmente um parto, pois o canal estreito e perigoso por onde percorreu a Cápsula Fênix 2 é digno de tal comparação.
Embora sejam noticiadas informações que tentam estragar esta história através de estúpidas rivalidades e atritos entre os familiares dos trabalhadores, como também a exploração da mídia e da política sobre o acidente, é incontestável a celebração pela vida.
Todos foram corajosos e pacientes para a sobrevivência em comunidade, mas ao contar para minhas filhas esta história ressaltarei a coragem de Manuel Gonzalez Pavez, socorrista que desceu com a cápsula Fênix 2 rumo ao inferno antes que a Montanha parisse o primeiro homem. Outro mérito para este homem, pois ele foi o último a voltar para superfície.
Outro fato inesquecível será a recordação de ter assistido Byron chorando e quebrando os protocolos ao correr ao encontro do seu pai quando abriu a cápsula sendo o primeiro sobrevivente resgatado.
Esta história de luta pela vida e pelo respeito ao outro à 700m de profundidade pode ser uma lição para que possamos aprender e aplicar na superfície. Tomara que estas pessoas se adaptem à superfície e não tenham saudade do dias de confinamento.