Foi publicado na Folha de São Paulo no dia 18/04/2010 um artigo discutindo os aspectos éticos dos seriados “HOUSE” e “GREY´S ANATOMY”. A coluna questiona os problemas éticos evidenciados no artigo escrito por Matthew J Czarny, Ruth R Faden, Jeremy Sugarman, 'Bioethics and professionalism in popular television medical dramas', publicado J Med Ethics 2010;36:203-206.
Os pontos discutidos foram relacionados principalmente em relação à postura médica em relação ao consentimento do paciente perante exames diagnósticos e decisões terapêuticas tomadas geralmente no seriado de forma unilateral sobre aspectos terapêuticos e ausência do esclarecimento em relação aos riscos dos procedimentos.
Compreender que ficção é um história e nada mais deve fazer parte da interpretações dos fãs que assistem esses seriados, entretanto é importante esclarecer que as decisões médicas devem ser tomadas em conjunto com o paciente ou seu representante legal, as decisões não devem ser unilaterais salvo em iminente risco de morte, pois segundo o código de ética médica, o médico é proibido de deixar de obter consentimento do paciente ou do seu representante legal após esclarecê-los sobre o procedimento a ser realizado (artigo 22); desrespeitar o direito do paciente ou do seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas (artigo 31) e deixar de obter do paciente ou do seu representante legal o termo de consentimento livre e esclarecido para a realização de pesquisa envolvendo seres humanos, após devidas explicações sobre a natureza e as conseqüências da pesquisa (artigo 101).
Portanto, médicos e pacientes são parceiros das decisões a serem tomadas tanto em relação aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
Dr. Marcelo Bellesso
Nenhum comentário:
Postar um comentário