segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Terapia de resgate para o Linfoma Difuso de Grandes Células B

A freqüência dos Linfomas não-hogkin é alta e é estimada por volta de 60.000 novos casos. Nos EUA é o sexto tipo de câncer mais freqüente. O Linfoma difuso de Grandes Células B (LDGCB) é o subtipo de linfoma mais comum representando 30 a 35% de todos os casos.


Nos casos de LDGCB, sabemos o impacto do uso de Rituximabe associado à quimioterapia (R-CHOP). Este protocolo aumentou a resposta ao tratamento como também as taxas de sobrevidas (Vide R-CHOP e seus 10 anos).


Entretanto, sabemos que cerca de 25% não atingem a resposta ideal durante o tratamento e que aproximadamente 35,7% dos casos que respondem completamente ao tratamento apresentam recidivas em 10 anos. Portanto a discussão sobre a terapia de resgate destes casos é fundamental.

Sabemos que o ideal, para os pacientes que suportam este tipo de tratamento, é realizar um protocolo de resgate composto por Rituximabe (caso ainda esteja indicado) associado à quimioterapia. Nos pacientes que apresentam resposta a este tratamento propomos a consolidação do tratamento com Transplante de Medula Óssea Autólogo. Entretanto, não existe consenso entre os especialistas qual seria o tratamento de resgate ideal, pois não havia estudos que comparecem estes inúmeros protocolos, como: R-ICE; R-DHAP; R-ESHAP, entre outros.

Em setembro de 2010 foi publicado o estudo Collaborative Trial in Relapsed Aggressive Lymphoma (CORAL) study na revista Journal of Clinical Oncology que tentou responder algumas questões. O principal objetivo do estudo foi comparar os protocolos R-ICE versus R-DHAP em relação às taxas de respostas e curvas de sobrevida.

Foram avaliados pacientes com diagnóstico principal de LDGCB que não responderam ou apresentaram recidiva após tratamento de indução (principal protocolo R-CHOP em 62% dos casos). Os pacientes precisavam estar em bom estado clínico e idade entre 18 a 65 anos. É importante ressaltar que pacientes com infiltração neurológica, com AIDS, com linfoma após transplante de órgãos sólidos foram excluídos.

Os pacientes foram distribuídos de forma aleatória com 3 ciclos a cada 21 dias com R-ICE ou R-DHAP. Os pacientes que respondiam ao tratamento de formal parcial ou completa eram encaminhados ao Transplante de medula óssea autólogo.

Foram 396 pacientes estudados e distribuídos para o protocolo R-ICE (202) e R-DHAP (194). As taxas de resposta global, consideradas como indicação para o transplante de medula óssea autólogo não foram diferentes estatisticamente entre os protocolos : 63,5% para o R-ICE e 62,8% para R-DHAP. As curvas de sobrevidas também não foram diferentes. Em relação aos eventos adversos foram constatados: diminuição da contagem de plaquetas com necessidade transfusional em 51% (R-DHAP) 35% (R-ICE) e 16% de infecções relacionadas a baixa contagem de neutrófilos.


Portanto, o estudo não evidenciou diferenças entres os protocolos de tratamaneto R-ICE ou R-DHAP em relação à eficácia. Entretanto conseguiu identificar que os pacientes com recidiva após 1 ano do tratamento, ou que apresentam até um fator de risco ou não terem  recebido rituximabe na indução evoluíram com melhores taxas de eficácia.



Referência: J Clin Oncol 28:4184-4190. © 2010

Um comentário:

  1. Olá, blogueiro (a),
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