segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Linfoma Folicular ... Quando iniciar o tratamento?

O Linfoma Folicular representa cerca de 20% de todos os Linfomas não-Hodgkin. Apresenta geralmente comportamento lento, insidioso. 

Atualmente, entendemos que nem sempre é necessário iniciar tratamento para o Linfoma Folicular quando é feito o diagnóstico. É estranho e muitas vezes angustiante para o paciente entender esta opção de ser observado sem tratamento.Na literatura médica utilizamos o termo “watch and wait”.

Isto acontece, pois há muita dúvida em iniciar o tratamento, nos pacientes assintomáticos com baixa carga tumoral, pois a quimioterapia e a imunoterapia trazem consigo inúmeros efeitos colaterais sem que possa trazer um ganho efetivo para o paciente. Outro ponto importante nesta discussão são os estudos clínicos que avaliam a eficácia dos tratamentos para esta doença. Estes estudos selecionam pacientes através de certos critérios em que o tratamento provavelmente trará mais benefícios do que efeitos colaterais. Estes critérios para o inicio do tratamento abordam a presença ou não de sintomas, carga tumoral, infiltração de órgãos nobres, entre outros.

Exemplos de estudos:

1- Groupe pour l’Etude de Lymphome Folliculaire (GELF).

2- British National Lymphoma Investigation (BNLI).



Portanto, quando é feito o diagnóstico de Linfoma Folicular é preciso conversar muito bem com o seu médico sobre a estratégia de iniciar ou não um  tratamento específico.

Deixo claro, que esta decisão é conjunta  com a presença de um médico especialista, pois há ínumeras ressalvas nesta opção.

Estratégias para viver melhor em tempos de clima seco

Estamos vivendo um período bem seco principalmente na região que compreende o estado de São Paulo. A baixa umidade do ar predispõe a elevação de problemas respiratórios em até 25%, segundo dados da Secretária Estadual de Sáude de São Paulo. Portanto aumenta a incidência de pneumonias, gripes, rinites, alergias e resfriado.




A organização mundial de saúde (OMS) define como adequada o ambiente com umidade relativa do ar de aproximadamente 60%. É considerado estado de atenção entre 20 a 30%, alerta entre 12 a 20% e emergência abaixo de 12%.



Estes fenômenos respiratórios ocorrem em ambientes secos, pois a baixa quantidade de água, na forma de vapor, proporciona o ressecamento das mucosas (tecido que reveste o aparelho respiratório, digestivo).



Portanto, é preciso nestas situações, modificar nosso estilo de vida através de algumas medidas:



Em casa



1- Utilizar bacias com água e toalhas umidificadas. Umidificadores também são úteis.

2- Limpeza em casa: evitar acúmulo de poeira. Evitar tapetes e cortinas, principalmente para aqueles que são alérgicos. Evitar vassoura e utilizar aspirador e pano úmido.

3- Evitar banhos muito quentes. Utilizar cremes hidratantes.

4- Utilizar soro fisiológico apara evitar ressecamento das narinas.

5- Vestir roupas leves. Se for necessário uso de roupas de lã, lavar antes de usá-la.



Alimentação



1- Ingerir freqüentemente líquidos como: água, sucos naturais e água de coco.

2- Comer frutas e substituir frituras por assados.



Evitar



1- Aglomerações de pessoas e ambientes fechados.

2- Atividade física entre 10h as 16hs.

3- Se fuma, uma boa oportunidade para diminuir e parar de fumar.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Linfoma de Células T periféricas - Limites para definir um tratamento padrão

Os linfomas de células T periféricos e de células Natural Killer (NK) compreendem cerca de 15 a 20% do total de doenças compreendidas entre os Linfomas não-Hodgkin agressivos e cerca de 10% de todos os linfomas não-Hodgkin.

Embora este grupo de doenças seja agressivo, o comportamento da doença e a resposta à quimioterapia são muito variados.

Segundo um estudo epidemiológico promovido por países como : EUA, Europa e Ásia estes variados subtipos de linfomas T/NK encontram-se destruídos nas seguintes proporções.



Fonte: J Clin Oncol 2008 (26): 4124-4130


Existem variações de prevalência ao redor do mundo, sendo o Linfoma/ Leucemia de Células T do adulto (ATLL) o mais prevalente na Ásia.

Esta heterogeneidade de doenças, com comportamentos diferentes e com baixa incidência, dificulta a comunidade científica a definir protocolos de tratamentos padronizados, pois é muito difícil criar estudos com um grande número de doentes com a mesma doença para podermos compará-los com segurança estatística.

Os tratamentos variam de poliquimioterapia com ou sem radioterapia associado ou não com transplante de medula óssea autólogo.

Portanto, o bom relacionamento com o médico e uma boa avaliação do paciente permitirão que juntos decidam o protocolo de tratamento entendendo as limitações existentes para esta escolha.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Exagero ou eficiência?

Foi publicado no caderno Cotidiano da Folha de São Paulo do dia 11 de agosto de 2010 o seguinte artigo com título “Pandemia de Gripe H1N1 chega ao fim”.

Este artigo relata que a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que a gripe Influenza A H1N1 encontra-se no estágio pós-pandemia. Esta conclusão é decorrente à queda do número de casos em boa parte da população mundial. Isto significa que provavelmente à imunidade (defesa) contra o vírus presente na maioria da população mundial foi promovida pela contaminação ou pela vacinação.

Entende-se que foram três principais fatores responsáveis para esta boa notícia.

1- o vírus não sofreu mutação

2- não foi (na maioria dos casos) resistente ao oseltamivir (remédio utilizado)

3- vacinação foi compatível e eficaz para o vírus circulante.

Provavelmente nunca saberemos se as medidas tomadas pelos epidemiologistas foram exageradas ou não. O artigo relata que do ponto de vista técnico os critérios são justificáveis, pois não teria razão aguardar cálculos epidemiológicos de letalidade e prevalência, pois isto levaria meses para uma conclusão e tomadas de ações.

Entendo que a notícia deve ser compreendida como um sucesso mundial, pois as organizações de saúde foram rápidas para velocidade de reconhecimento do vírus, na preparação e distribuição de “kits” diagnósticos de forma global, muitos diagnósticos realizados, análises de dados epidemiológicos pela OMS, reconhecimento dos riscos de mortalidade, divulgação e publicação de artigos científicos para atualização dos médicos, elaboração de vacina, disponibilidade de medicação para as pessoas de alto risco e conscientização da população através de medidas de prevenção em relação à transmissão da doença.

Assim, a fotografia atual demonstra uma boa notícia, mas é preciso cautela, pois novos surtos com outros vírus provavelmente surgirão. O importante é compreender que as medidas para diminuir a transmissão do vírus devem continuar.


domingo, 1 de agosto de 2010

A leitura do Hemograma é um ato médico

A leitura e interpretação do Hemograma é um ato médico, pois a leitura dos valores obtidos versus os valores de referências não são simples. Um leigo ao dizer que seus exames estão normais, pois se encontram dentro dos valores de referências pode estar equivocado, pois este raciocínio nem sempre é uma verdade.
É importante saber que a interpretação dos valores deve ser influenciada pela dinâmica da produção das diferentes células sanguíneas x destruição ou consumo destas células.
Assim, o Hemograma é um exame que representa uma análise de sangue obtida em um exato momento.

Quando esta amostra não contém interferentes representa o instante, ou melhor uma situação única. Assim, é possível encontrarmos situações de normalidade que em poucos dias se transformam em anormalidades, como também certas alterações que podem se normalizar em um curto período de tempo em situações terapêuticas ou não.

Quando obtemos um resultado de Hemograma alterado a primeira pergunta a ser respondida é se esta alteração é esperada ou pode não representar a realidade do paciente. Quando esta última hipótese existe dizemos que existem artefatos, ou seja, interferentes que modificam a amostra de sangue coletada.

Há inúmeras situações que podem interferir com a amostra coletada, cito abaixo algumas delas:

- dificuldade de coleta
- formação de coágulo
- demora para análise do sangue coletado
- temperatura ambiente