domingo, 13 de junho de 2010

Tratamento com anticoagulante oral - Varfarina


 A anticoagulação pode ser realizada atualmente através de comprimidos e injeções. O objetivo deste texto é descrever a anticoagulação por meio de comprimidos, ou seja, anticoagulação oral.

A Varfarina encontrada nas formulações comerciais como : Marevan ® , Coumadin ® , é uma medicação que interferem no sistema de coagulação. De uma maneira leiga, este medicamento tem como objetivo diminuir a coagulação.


Como funciona?

O mecanismo para formação de coágulo depende de inúmeros fatores, sendo que um deles são os fatores de coagulação. Existem alguns fatores de coagulação que dependem de vitamina K. A Varfina diminui a produção deste fatores dependentes de vitamina K e com isto diminui a coagulação, ou seja, o tempo para coagular o sangue aumenta.

A Varfina está indicada para inúmeras situações, resumidamente para duas formas:

- Prevenção para formação de coágulos
• presença de valvas cardíacas mecânicas

• arritmias cardíacas

• certas doenças adquiridas ou hereditárias que aumentam o risco para formação de coágulos

• outras situações, discuta com seu médico


- Tratamento de trombose (coágulos)

• tromboses, que podem ser nas veias ou artérias.



O principal objetivo quando se utiliza a varfarina é diminuir a coagulação. Assim, é importante o paciente entender que a dose ideal varia de paciente para paciente, uso de outras medicações, como também em relação à dieta devido a presença de vitamina K.


Existe um exame laboratorial que ajuda o médico e monitorizar a anticoagulação com a varfarina, este teste se chama Teste de Protrombina (TP). Há vários valores laudos neste exame, mas quando este teste é utilizado para monitorização da anticoagulação o valor mais importante é o INR que significa (International Normalized Ratio). Uma pessoa sem deficiência de coagulação tem INR entre 0,8 a 1,2 aproximadamente. O objetivo geralmente da anticoagulação é atingir valores de INR entre 2 a 3. Isto porque INR abaixo de 2 a anticoagulação não é tão eficaz, como também acima de 3 o risco de hemorragia é aumentado. Quando iniciar anticoagulação com varfarina pergunte ao seu médico qual é o INR que ele quer atingir, isto facilitará para você o entendimento do tratamento e os ajustes das doses.

É importante entender a correlação dose da medicação e ingestão de vitamina K.

Assim, entendo que um paciente com anticoagulação por varfarina precisa conhecer os alimentos ricos em vitamina K e manter uma média de ingestão sem excessos, como também evitar a escasses deste tipo de alimento.

Alimentos ricos em vitamina K



A principal fonte de vitamina K são as hortaliças como: couve-de-bruxelas, repolho cru, couve-flor, grão de bico, pepino com casca, couve, alface, lentilha, espinafre, brócolis, espargo.


Frutas: chá verde, maça verde com casca.



Efeitos colaterais

É fácil entender que um dos efeitos colaterais mais graves e freqüentes com o uso da varfarina é a hemorragia. Portanto é muito importante ao usuário da varfarina é evitar acidentes, traumas.


O objetivo deste vídeo é apenas de ilustrar a importância da prevenção das quedas nos idosos.
(não há correlação com a anticoagulação em si)
Geralmente estes acidentes ocorrem com idosos assim é importante evitar a quedas através de medidas simples como:

- presença de iluminação de menor intensidade ao dormir.

- telefone com fácil acesso.

- presença de corrimão nas escadas, quando necessário.

- evitar tapetes soltos principalmente no chão dos banheiros.

- suporte de apoio na parede do box ou próximo ao vaso sanitário, se necessário.

- iluminação adequada no caminho da cama ao banheiro.

- evitar utilizar escadinhas ou banquinhos para colocar ou retirar alimentos na cozinha, deixe fácil o acesso.

- cama com altura adequada, na qual o paciente alcança com os pés o chão quando está sentado na cama.

- evitar encerar o chão.


Os fenômenos hemorrágicos podem ser óbvios com a exteriorização do sangramentos, mas também podem ser menos intuitivos como: urina avermelhada, fezes escurecidas como borras de café (extremamente mal cheirosas), confusão mental com história recente de trauma na região da cabeça, entre outros.

Ressalto a idéia, que pode haver inúmeros outros sintomas e sinais decorrentes aos efeitos colaterais. Assim, caso utilize esta medicação e apresente algum sintoma desconhecido pergunte imediatamente ao seu médico.







segunda-feira, 7 de junho de 2010

Síndrome Mielodisplásica

A Síndrome Mielodisplásica (SMD) é um conjunto de doenças caracterizadas pela diminuição de células sanguíneas decorrente da produção ineficaz da medula óssea devido à presença de células troncos doentes.

Este conjunto de doenças acomete, em mais de 75% dos casos, pessoas com idade superior a 60 anos. A SMD pode ser causada por tratamentos prévios decorrentes de quimioterapia ou radioterapia, ou sem um causa definida.

Como a hematopoese, produção do sangue, é ineficiente a medula óssea não consegue produzir quantidades de células sanguíneas necessárias para manter a demanda normal. Assim, o paciente com SMD pode apresentar no hemograma: anemia e/ou leucopenia e/ou plaquetopenia.

Clique na figura para melhor entendimento sobre a formação das células sanguineas




Como a SMD se manifesta?

A SMD pode se manifestar com sintomas e sinais referentes:

- Anemia (diminuição de glóbulos vermelhos): cansaço, apatia, sonolência, falta de ar na presença de esforço físico.

- Leucopenia (diminuição de glóbulos brancos): infecções de repetições.

- Plaquetopenia (diminuição de plaquetas): hemorragias na gengiva, nariz, alterações de pele decorrentes da contagem de plaquetas baixas.

Como é feito o diagnóstico?

Inicia-se com a suspeita clínica, principalmente no idoso que apresenta anemia e/ ou leucopenia e/ou plaquetopenia em que não se define causas mais comuns para estes achados, como por exemplo: deficiência de vitamina B12, ácido fólico, uso de medicações, etc.

Às vezes há alguns indícios sugestivos, mas não confirmatórios, no próprio hemograma como alterações evidenciadas na células sanguineas em relação às alterações da forma, tamanho, alterações no núcleo.

Entretanto, para definição do diagnóstico é preciso a realização do mielograma, citogenética e biópsia de medula óssea.